As reportagens publicadas neste domingo (9/7) pelo site The Intercept Brasil que expõem mensagens do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol, têm repercutido na imprensa internacional.
O jornal francês Le Figaro classificou o vazamento como “explosivo” e afirmou que a investigação da “lava jato” manobrou para impedir o retorno do ex-presidente Lula ao poder na eleição do ano passado.
Na mesma linha segue o também francês Le Monde, que afirma que a investigação anticorrupção sobre Lula visava impedir seu retorno ao poder. O chileno Mercurio e o mexicano La Jornada também destacaram o impedimento de Lula.
A rede Al Jazeera também repercutiu o viés da conspiração para impedir que Lula concorresse nas eleições, e lembraram que Sergio Moro, o juiz responsável pela primeira condenação do ex-presidente, foi nomeado por Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça neste ano.
O alemão Deutsche Welle também apresenta diálogos entre Moro e membros da “lava jato” e afirma que o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse que a troca de colaborações entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol afeta a equidistância da Justiça.
“Apenas coloca em dúvida, principalmente ao olhar do leigo, a equidistância do órgão julgador, que tem ser absoluta. Agora, as consequências, eu não sei. Temos que aguardar”, afirmou.
O uruguio La Diária diz que as mensagens entre procuradores e o ex-juiz Moro mostram motivações políticas na ação judicial contra Lula.
Motivação Política
A imprensa espanhola também publicou reportagens acerca das conversas de Moro e Dallagnol. Para o El País, a investigação jornalística do Intercept coloca a imparcialidade da operação em xeque. O La Vanguardia, além de destacar que houve conspiração para evitar que Lula ganhasse a eleição, também lembrou que Deltan Dallagnol tentou criar uma fundação bilionária que seria gerida pelo MPF com dinheiro da Petrobras.
O jornal russo Sputnik News veiculou que Moro e Dallagnol combinavam atuações na “lava jato”.
O The New York Times, por sua vez, reproduziu uma reportagem da Associated Press trazendo o posicionamento do ministro Sergio Moro, que lamentou a “invasão criminosa” dos telefones dos envolvidos.