Ministro da Justiça apareceu de surpresa no Congresso e foi chamado de “juiz corrupto”. Na semana que vem irá à Comissão de Constituição e Justiça
MICHEL JESUS/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Diálogos de Moro com Dallagnol, divulgados pelo ‘The Intercept Brasil’ no domingo (9), provocaram forte reação de lideranças da oposição
O ministro da Justiça, Sergio Moro, irá depor na quarta-feira da semana que vem (19) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para dar sua versão sobre a troca de mensagens com o procurador da República Deltan Dallagnol. A informação foi anunciada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-SP), no plenário.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, a data foi agendada por acordo entre Alcolumbre e os líderes da oposição. “Ele escreveu uma carta se colocando à disposição e nós aceitamos ouvi-lo na próxima semana”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de acordo com a jornalista.
Os diálogos de Moro com Dallagnol, divulgados pelo The Intercept Brasil no domingo (9), provocaram forte reação de lideranças da oposição. Em coletiva na tarde desta segunda-feira (10), deputados defenderam o afastamento de Moro do cargo de ministro, de Deltan Dallagnol e dos procuradores envolvidos no escândalo.
Além disso, eles anunciaram que pediriam à Procuradoria-Geral da República que os telefones funcionais, laptops e computadores fossem recolhidos, por serem instrumentos de trabalho públicos, “para que provas não sejam destruídas e tenhamos garantia da plena investigação”.
Hoje, no Senado, Moro apareceu de surpresa para um encontro com os senadores Jayme Campos (DEM-MT), Zequinha Marinho (PSC-PA), Juíza Selma (PSL-MT), Marcos Rogério (DEM-RO) e Jorginho Mello (PL-SC). A visita foi tumultuada. Ao deixar a reunião, o ex-juiz da Lava Jato foi hostilizado com gritos de “juiz corrupto” e “qual é o seu partido, Moro?”