Texto deve começar a ser discutido amanhã no Plenário da Câmara dos Deputados
Líderes do governo, de partidos de centro e da oposição têm avaliações distintas sobre a votação da reforma da Previdência (PEC 6/19) nesta semana no Plenário da Câmara dos Deputados. A ideia do presidente da Casa, Rodrigo Maia, é que a análise do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) tenha início nesta terça-feira (9).
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse acreditar que os dois turnos da matéria podem ser aprovados ainda nesta semana pelo Plenário. Ela afirmou que tem trabalhado para que destaques que favoreçam determinadas categorias, como os policiais, não sejam aprovados.
“A gente precisa focar em apoiar esse texto; chega, já deu! Se a gente ficar rompendo acordos, tentando transformar o texto ou reduzir a reforma, não sairemos do lugar”, comentou. “O PSL não pode emagrecer a proposta. Somos o partido que mais tem responsabilidade sobre isso, então temos de manter a reforma a mais musculosa possível, embora em Plenário tudo possa acontecer”, acrescentou a parlamentar.
Líder do PP, o deputado Arthur Lira (AL) ressaltou afirmou que até amanhã os líderes vão continuar conversando sobre a reforma para mapear os votos. Segundo ele, não há uma contagem exata sobre o número de votos favoráveis à reforma, mas disse crer que o texto será aprovado.
“Não estou vendo nesta Previdência o monitoramento de votos como a gente tinha no governo passado. A gente sabia exatamente quem votava, que partido votava, e isso não ocorre agora”, declarou. “Há uma perspectiva de 330, 320 votos, isso é muito solto. Qualquer erro de avaliação pode dar problema, pois o assunto é polêmico. Por isso, a conversa é tão importante.” Para ser aprovada em Plenário, a matéria precisa do voto favorável de 308 deputados, em dois turnos.
O líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), cobrou do governo mais empenho na articulação para aprovar a reforma. Ele lembrou que há muita pressão por parte dos setores da segurança pública para alterar o texto.
“A nossa avaliação é de muita cautela, mas, ao mesmo tempo, o governo precisa entrar em campo, porque a reforma da Previdência é do Brasil”, pontuou. “Neste momento, há muitas dúvidas; há a pressão popular, principalmente na segurança pública. A oposição vai tumultuar, fazer o papel dela, porém temos de ter a cabeça fria”, completou o líder.
Oposição
A oposição, por sua vez, afirmar ter votos suficientes para barrar o texto em Plenário. Conforme a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), os apoiadores da reforma não têm mais de 260 votos. Segundo ela, o cenário é favorável à rejeição da proposta.
“Vamos continuar trabalhando para ganhar os dissidentes nas bancadas e não deixar votar a reforma neste primeiro semestre. Faremos obstrução e atuaremos dentro das bancadas”, sustentou Feghali.
Ela também criticou a não cobrança – prevista no texto aprovado pela comissão especial– de contribuições previdenciárias sobre a exportação do agronegócio. “Iremos impedir que os custos da reforma caiam sobre os mais pobres. É um absurdo tirar a pensão de quem ganha um salário mínimo e dar R$ 83 bilhões para o agronegócio”, destacou.
Vice-líder do PV, o deputado Professor Israel Batista (DF) disse que um dos destaques que devem ter apoio no Plenário é o que tira os professores da proposta de reforma da Previdência.
“A Comissão de Educação, por unanimidade, formalizou uma moção pedindo para tirar os professores da reforma. É raro um documento unânime, que una partidos como PSL e o PT, e nós conseguimos isso.”
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Agência Câmara, 09 de julho de 2019