Instituto destaca negociações coletivas para proteger o emprego e a renda, mas também aponta demissões e falta de informações.
O 1º de Maio chega novamente em uma conjuntura adversa ao trabalhador, observa o Dieese, e com pelo menos duas situações novas: a pandemia do coronavírus e um “apagão estatístico” oficial. Ao mesmo tempo, várias entidades sindicais conseguiram negociar adaptações às convenções coletivas para estabelecer algum tipo de garantia para suas categorias.
Em boletim especial divulgado nesta quinta-feira (30), o Dieese estima que, até agora, pelo menos 4,4 milhões de trabalhadores estejam abrangidos em negociações com pelo menos um item referente à pandemia. A maioria, quase 69%, está concentrada na região Sudeste, envolvendo categorias como bancários, comerciários, metalúrgicos e químicos, entre outras. As negociações coletivas foram tema de outro boletim do Dieese, divulgado recentemente.
“Nos dois últimos meses de pandemia, isolamento e paralisação de grande parte das atividades econômicas, os sindicatos assumiram protagonismo na manutenção da vida, do emprego e da saúde do trabalhador”, destaca o Dieese. “Pressionaram pelo aumento do valor do benefício emergencial, pressionando e vencendo a proposta do governo de pagar somente R$ 200,00. Por meio das negociações coletivas, evitaram que os ataques do governo aos direitos e à vida prejudicassem ainda mais os trabalhadores e lidaram com várias situações impostas a eles nos diversos setores de atividades, sempre com o objetivo de proteger a vida e o emprego.”
Mas, ao mesmo tempo, o instituto detecta demissões em alguns setores, em informações obtidas a partir de notícias divulgadas na imprensa. O Dieese lembra que a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro do emprego formal no país, foi suspensa pelo governo.
E o IBGE interrompeu a coleta presencial de dados para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O resultado do trimestre encerrado em março foi divulgado nesta quinta, mas a próxima divulgação não está garantida. Além disso, os dados sobre empregos preservados com o benefício emergencial aparecem “de forma imprecisa e pouco transparente”.
Confira aqui a íntegra do boletim.