Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que a corrupção consome 8% de tudo que é arrecadado no país; trabalho considerou desvios apurados pela Operação Lava Jato e processos em tribunais de contas.
O brasileiro trabalha, em média, 29 dias por ano somente para pagar a conta da corrupção, de acordo com um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta semana. Segundo a pesquisa, a corrupção consome 8% de tudo que é arrecadado no país – R$ 160 bilhões por ano.
Para chegar a essa conclusão, o instituto levou em conta os desvios apurados pela Operação Lava Jato e processos envolvendo corrupção no Tribunal de Contas da União (TCU) e nos tribunais de contas dos estados.
O valor, de acordo com o estudo, cobriria o rombo estimado para o orçamento do governo federal, que é de R$ 139 bilhões ou também poderia evitar, por exemplo, os contingenciamentos na educação (R$ 29 bilhões).
De acordo com o coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, a corrupção no país é uma epidemia e precisa ser combatida.
“É tão grande a corrupção que hoje nós temos mais de mil prefeitos ou ex-prefeitos que sofrem algum processo por corrupção, por mau uso de dinheiro público. Temos mais de 50 governadores ou ex-governadores que estão na mesma situação”, afirma.
Para a força-tarefa da Operação Lava Jato, apesar do número preocupar, a tendência é a de que a corrupção diminua daqui para frente.
“Nós descobrimos grandes casos de corrupção. A tendência agora é que eles sejam combatidos e haja uma diminuição dos casos. Hoje a sociedade está mais consciente de que este é um problema que precisa ser enfrentado”, avalia o procurador Júlio Noronha.