Emprego sem carteira e trabalho autônomo bateram novo recorde. Somados, superam o número de empregados formais. Rendimento não avança.

Informalidade se consolida no Brasil, segundo dados da PNAD Contínua – TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL

 

A taxa de desemprego praticamente não se alterou no trimestre encerrado em setembro, atingindo 11,8%, ante 12% em junho e 11,9% há um ano. E estacionou em um cenário de precariedade: o país cria vagas, mas na maior parte sem carteira e de trabalho autônomo, modalidades que atingem novo recorde e superam o emprego formal. O rendimento também não avança, segundo mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na manhã desta quinta-feira (31) pelo IBGE. A menor taxa para setembro foi registrada em 2014 (6,8%).

O total de desempregados foi estimado em 12,515 milhões, 215 mil a menos em relação a junho (-2%) e 65 a mais em 12 meses (0,5%). São 93,801 milhões de ocupados, quase 1,5 milhão a mais no período de um ano. O número é positivo, mas o emprego com carteira assinada quase não sai do lugar, com 166 mil a mais (0,5%). Já o emprego sem carteira cresce 3,4%, com 384 mil vagas a mais. O que aumenta de fato é o trabalho por conta própria: 4,3%, ou mais 1,015 milhão de pessoas nessa situação. Assim, quase todas as ocupações criadas são informais.

Segundo o IBGE, a pesquisa aponta 33,075 milhões de trabalhadores com carteira, com estabilidade em ambas as comparações. Já os sem carteira somam 11,838 milhões, número recorde. E os trabalhadores por conta própria são 24,434 milhões, também recorde da série histórica da Pnad.

A chamada taxa de subutilização recuou de 24,8% para 24%. Em relação a setembro do ano passado, fica estável (24,1%). São 27,5 milhões de pessoas que gostariam de estar trabalhando mais, queda de 3,4% no trimestre (redução de 952 mil). O desalento recuou 3,6% no trimestre e também ficou estável em 12 meses, com aproximadamente 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar algum trabalho – 4,2% da mão de obra, ante 4,4% em junho e 4,3% há um ano.

Estimado em R$ 2.298, o rendimento médio foi considerado estável tanto na comparação trimestral como na anual. O mesmo acontece com a massa de rendimentos (R$ 210,4 bilhões).

RBA, 1º de novembro de 2019