Pesquisa mostra que inadimplência atingiu 63,4% dos lares em maio, um aumento de 4,4 pontos percentuais em relação a igual período no ano passado.

ARQUIVO EBC
Diretor técnico do Dieese avalia aumento das dividas como resultado do desemprego e do baixo crescimento da economia, e propõe programa para regularizar situação dos brasileiros

O total de famílias endividadas no Brasil já chega a 63,4% dos lares, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O aumento é  4,4 pontos percentuais a maior em comparação a igual período do ano passado.

O levantamento, que considera as dívidas que as famílias têm com cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, prestação de carro, seguro ou empréstimo pessoal feito com financiadores, indica que o número de inadimplentes cresce entre as famílias com até 10 salários mínimos em decorrência, sobretudo, do cartão de crédito e do cheque especial. Os dados revelam ainda uma média de 63 a 64 dias de atraso para o pagamento das faturas. E cerca ainda de 1/3 das famílias acumula dívidas há mais de um ano.

Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o crescimento no número das famílias inadimplentesmostra a “fragilidade da economia brasileira”, como descreve à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. “Não é um atraso conjuntural. No geral, está associado ao problema do desemprego e da ausência de uma renda garantida para fazer frente ao endividamento”, avalia.

De acordo com Clemente, o aumento do endividamento prejudica o consumo das famílias. Afeta negativamente a economia, o que torna fundamental, por parte do governo federal, um programa voltado à regularização dos devedores. “Um programa de regularização é também um programa que apoia à retomada do crescimento econômico, apoiando a capacidade de consumo das famílias e da regularização dos seus débitos para que elas possam ter capacidade de realizar o consumo e parcelamento das dívidas”, propõe o diretor técnico do Dieese.

Clique aqui e Ouça a entrevista na íntegra

RBA, 13 de junho de 2019