Desafio do Congresso da CUT é “rearticular o campo da esquerda em uma linha desenvolvimentista e de combate à desigualdade”, defende diretor da entidade.

Clemente: sindicalismo se encontra”sob ataque, que já vem com a reforma trabalhista e agora num ataque direto com a reforma sindical” -CÂMARA DOS DEPUTADOS

Praia Grande (SP) – Sob ataque, o movimento sindical precisa se reorganizar para apresentar novamente uma agenda propositiva, diz o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Ele participa hoje (7) da abertura do 13º Congresso Nacional da CUT (Concut), em Praia Grande, litoral paulista.

“A agenda para sair desse congresso é de reorganização em busca de uma estratégia propositiva. Rearticular o campo da esquerda em uma linha desenvolvimentista e de combate à desigualdade”, afirma Clemente. Um desafio de grande porte, considerando o “nível de adversidade monstruoso”, como ele define o atual momento.

Poucos anos atrás, lembra Clemente, o movimento sindical tinha interlocução com o governo. Agora, o sindicalismo se encontra”sob ataque, que já vem com a reforma trabalhista e agora num ataque direto com a reforma sindical”. A referência é a possíveis medidas que serão anunciadas pelo governo.

Para Clemente, são três frentes de atuação: para dentro da CUT, em busca de uma unidade mais ampla envolvendo as centrais e a tentativa de “alguma aliança capital-trabalho na perspectiva do desenvolvimento”.

Ele observa ainda que a economia também segue sem perspectiva de recuperação efetiva, inclusive em 2020. “Vamos para cinco anos de crise pesada, e uma saída da crise muito lenta, o Estado cada vez mais debilitado”. Clemente acredita que o movimento sindical deve buscar formas de articular esses setores mais desorganizados da força de trabalho, os informais, que são os que têm crescido no país.

A abertura formal do Concut está marcada para as 20h. O encerramento será na próxima quinta-feira (10).

RBA, 08 de outubro de 2019