OIT mostra recuperação lenta dos postos de trabalho: desemprego de 5%, em 2008, subiu em um ano para 5,6%, mas voltou ao patamar inicial somente este ano
Enquanto milhões padecem, o capitalismo vai bem, obrigado, e segue socialmente irresponsável em todo o mundo
FPA – O capitalismo mais uma vez tem provado que na época de bonança os benefícios são apropriados por poucos, mas na época de crise os prejuízos são divididos entre todos. Relatório da Organização Internacional do Trabalho (World Employment Social Outlook 2018/2019) mostra que foi necessário somente um ano para que a taxa de desocupação global subisse de 5% em 2008 para 5,6% em 2009, na esteira da crise financeira internacional. Mostra também que a recuperação dos níveis de desocupação para níveis pré-crise demorou um total de nove anos, chegando novamente à taxa global de 5% somente em 2019.
Segundo dados da instituição, 172 milhões de pessoas em todo o mundo compunham o grupo de desocupados em 2018, que deve aumentar para 173 milhões neste ano de 2019 e para 174 milhões em 2020, por conta do crescimento populacional. Isso, claro, caso não ocorram grandes mudanças no cenário atual.
Um olhar de gênero, no entanto, mostra que enquanto a taxa global de desocupação foi de 5%, entre as mulheres chegou a 5,4% e, entre os homens, a 4,7%. Já os números absolutos de desocupados foram 73 milhões entre as mulheres e 99 milhões entre os homens, o que é explicado pela maior participação na força de trabalho entre os homens.
Como mostra a figura abaixo, retirada da publicação, a força de trabalho potencial alcançou 140 milhões de pessoas, o que, somado ao número de desocupados (172 milhões) leva a 312 milhões a quantidade de subutilizados em nível global. Isso para nem discutir qual é a qualidade da ocupação dos 3,3 bilhões considerados ocupados hoje no mundo (mas o gráfico dá uma dica: 61% destes estão no mercado informal). Enquanto milhões padecem, o capitalismo vai bem, obrigado.
Perfil do mercado de trabalho no mundo: trabalho informal é predominante e muitos estão fora do mercado