A reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) deu um salto: chegando a 39,5% da população brasileira. É o que revela pesquisa divulgada nesta segunda-feira (26) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em parceria com o instituto MDA.
Por Walter Félix, do PCdoB na Câmara
Em fevereiro, quando foi feita a última pesquisa da série, a reprovação era de apenas 19%. Ou seja, houve uma elevação de pouco mais de 20 pontos percentuais em seis meses. A reprovação ao desempenho pessoal de Bolsonaro também cresceu e chegou a 53,7% em agosto, ante 28,2% em fevereiro. A aprovação ao governo caiu de 38,9% para 29,4%.
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), avaliou que o resultado do levantamento mostra que o povo vem ganhando discernimento acerca da realidade.
“Os brasileiros percebem o caráter e as atitudes de Bolsonaro. Tudo o que ele fez até aqui foi desqualificar a figura de presidente da República. Em nível pessoal, só mostrou despreparo, arrogância e agrediu pessoas, espalhando o ódio na sociedade. Como presidente, só adotou medidas péssimas para o país. A pesquisa reflete isso. Não há sinalização de mudança nesta trajetória de queda. A situação tende a piorar ainda mais”, afirmou.
Segundo o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), com menos de nove meses de mandato a popularidade do presidente “virou suco”. “Rejeição ao governo e ao presidente explodem. Mais de 53% reprovam a maneira de Bolsonaro agir”, escreveu em uma rede social.
“Agora que sabemos que 54% dos brasileiros rejeitam Bolsonaro e só 20 e poucos por cento o apoiam, que a rejeição ao governo dobrou e supera de longe a aprovação, acho que podemos parar de se impressionar pelo exército de robôs de Twitter, né?”, ironizou.
A pesquisa, feita entre os dias 22 e 25, já captou o reflexo da atuação desastrada do governo na crise dos incêndios na Amazônia. Mas também repercute a fraca atuação em setores vitais. Segundo os entrevistados, as áreas com pior desempenho no governo são Saúde (30,6%), Meio Ambiente (26,5%), Educação (24,5%) e Economia (17,6%).
Para o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), vice-líder da bancada na Câmara, outro sintoma do desgaste crescente do atual governo foi o fracasso das manifestações realizadas no domingo (25) por movimentos que apoiam Bolsonaro.
“É o Brasil enxergando a gravidade da situação e reagindo”, afirmou em sua conta no Twitter.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diz que a população começou a rejeitar as atitudes autoritárias de Bolsonaro.
“Emprego não cresce. O PIB também não. Nem a renda do trabalhador. Mas uma coisa que Bolsonaro abe fazer aumentar é a sua rejeição, que já subiu mais de 20 pontos. Prova de que os brasileiros estão cada vez mais enjoados desse entulho autoritário”, afirmou.
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ) destacou que de fevereiro a agosto, a avaliação negativa do governo mais que dobrou, de 19% para 39,5%, e a avaliação positiva despencou de 38,9% para 29,4%.
“O povo já percebeu que este governo, sem projeto e que ataca a educação e o meio ambiente, ameaça o nosso futuro”, argumentou.