Economia brasileira terá retração de 5,3% em 2020, contra uma queda de apenas 1%, em média, nos países emergentes.
A economia brasileira terá uma queda cinco vezes maior que a média dos países emergentes neste ano, de acordo com a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada nesta terça-feira (14). E a recuperação em 2021 também será mais devagar no Brasil, quando comparada ao comportamento das economias emergentes.
A estimativa do FMI é que o PIB brasileiro vai cair 5,3% em 2020, enquanto os países com economias em desenvolvimento vão registrar, em média, uma queda de 1%. O grupo das economias emergentes inclui a China e a Índia, que devem crescer 1,2% e 1,9%, respectivamente, mesmo com a crise do coronavírus, segundo o FMI.
Na mesma categoria, dos países emergentes, também está o México – que, no entanto, vai apresentar uma retração ainda maior que a do Brasil, de 6,6%. A economia da Rússia, segundo o FMI, deve cair em proporção semelhante à do Brasil: 5,5%.
A instituição indica que a Grande Quarentena (The Great Lockdown) diminuirá drasticamente o crescimento global, com previsão de retração de 3% em 2020. Conforme o FMI, é muito provável que a economia mundial registre neste ano a pior recessão desde a Grande Depressão pós-crise de 1929, superando até mesmo a crise financeira global na década passada.
Recuperação em 2021
A recuperação do PIB do Brasil em 2021 também ficará aquém da média das economias emergentes. A previsão de crescimento para a economia brasileira em 2021 é de 2,9%, segundo o FMI. No mesmo período, a média de crescimento dos emergentes será de 6,6%. Enquanto o México deve ter um crescimento de 3% em 2021, em patamar próximo ao do Brasil, a Rússia deve crescer 3,5%; a China, 9,2%; e a Índia, 7,4%.
O ritmo da economia brasileira, no entanto, já vinha abaixo de outros emergentes. No ano passado, enquanto a economia brasileira subiu apenas 1,1%, os emergentes cresceram, em média, 3,7%.