Dados ruins da economia da Alemanha e da China, além da guerra comercial entre EUA e China, preocuparam investidores nesta quarta-feira. No Brasil, bolsa caiu 2,94% e dólar subiu a R$ 4,0386.
A preocupação com uma desaceleração da economia global derrubou as principais bolsas do mundo nesta quarta-feira (14). A tensão no mercado teve como pano de fundo fracos indicadores de atividade da Alemanha e da China.
Os investidores também mantiveram no radar a guerra comercial entre os governos chinês e norte-americano. A disputa entre os dois países também tem potencial para prejudicar o crescimento da economia global.
No Brasil, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, recuou 2,94%, a 100.258 pontos, e a moeda norte-americana subiu 1,76%, a R$ 4,0386, no maior valor desde o final de maio.
Na Alemanha, a agência federal de estatísticas Destatis divulgou que o economia do país registrou contração no segundo trimestre, com uma queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Na China, a produção industrial desacelerou para uma mínima de mais de 17 anos.
A preocupação com uma piora da economia também ficou evidente no mercado de títulos norte-americano. Os rendimentos do Tesouro de dois anos subiram acima dos referentes aos títulos de 10 anos pela primeira vez desde 2007, apontando para o risco de recessão.
A curva de rendimentos dos EUA se inverteu antes de cada recessão nos últimos 50 anos.
“O mercado já torceu o nariz de novo, acordando o fantasma da recessão começando nos EUA, China e se alastrando pelo mundo. E o mercado correu para a proteção novamente”, disse à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 3,05%, o S&P 500 cedeu 2,93% e o Nasdaq Composto recuou 3,02%.
Na Europa, os índices recuaram para a mínima em seis meses. Em Londres, o índice Financial Times recuou 1,42%. Em Frankfurt, o Índice DAX caiu 2,19%.
Na terça-feira (13), os mercados financeiros tiveram algum alívio com a indicação dos Estados Unidos de alívio na guerra comercial com a China. O governo norte-americano decidiu retirar alguns itens da lista de produtos chineses sujeitos a tarifa adicional de importação de 10% a partir de 1º de setembro.
“É quase como se os investidores globais não acreditassem no atraso tarifário como um sinal de progresso real na guerra comercial entre os EUA e a China ou tivessem sido demasiado consumidos por evidências adicionais de fraqueza econômica global para se preocuparem”, disse à Reuters Stephen Gallo, estrategista da BMO Capital Markets.