O ano de 2019 começou com boas perspectivas para quase 18 mil profissionais que concluíram a formação técnica em diferentes áreas no ano passado nas escolas da rede estadual de ensino. Com a formação técnica oferecida pela Secretaria de Estado da Educação, os profissionais conseguiram avançar ou até mesmo trocar de empregos, aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida.
É o caso do Rodnei Carlos Nunes, 36 anos, que em meados de 2016 tomou uma decisão que mudou a sua vida. Depois de cinco anos trabalhando na construção civil, pediu demissão e se matriculou no curso técnico de Química, no Centro Estadual de Educação Profissional Castaldi, em Londrina ( Norte do Estado).
“Um colega do trabalho indicou a escola e depois que eu fiz o curso muita coisa mudou na minha vida, melhorou a qualidade e o salário dobrou”, contou Rodinei.
Hoje trabalha como assistente de análise físico-química em uma empresa de café. É ele quem analisa o nível de acidez, PH e umidade do café antes de chegar ao consumidor. “Nunca iria conseguir um emprego como esse sem o curso. Tudo que aprendi, uso aqui no trabalho”, disse. “As empresas estão procurando profissionais qualificados e o Centro tem uma gama muito grande com cursos em diversas áreas. É uma oportunidade que pode mudar a vida dos estudantes”, afirmou.
QUALIFICAÇÃO E EMPREGABILIDADE – De acordo com o secretário estadual da Educação, Renato Feder, um dos grandes objetivos da Educação é ampliar a oferta e a qualidade do ensino profissionalizante, para impactar positivamente a empregabilidade dos jovens e também contribuir com a oferta de profissionais qualificados para o setor produtivo do Paraná. “O ensino profissionalizante é também uma forma de combater a evasão escolar e de aumentar as perspectivas de acesso ao mercado de trabalho”, disse.
A formação técnica em nível médio é ofertada na rede estadual de ensino em 300 escolas regulares e em 34 Centros Estaduais de Educação Profissional (CEEPs) espalhados por 178 municípios. No total, são 51 cursos profissionalizantes oferecidos sem nenhum custo e de acordo com o setor produtivo de cada região.
Para facilitar ainda mais o ingresso do estudante no mercado de trabalho, essas escolas possuem parcerias com empresas atuantes nas áreas relacionadas aos cursos disponíveis. Durante o curso, os alunos participam de estágios obrigatórios previstos no currículo. Além disso, eles podem fazer estágio não obrigatório, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
IMPACTO NA ECONOMIA
Para a economista do Departamento do Trabalho, da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho, Suelen Glinski, a formação técnica e a qualificação profissional estão mudando o perfil dos trabalhadores paranaenses e essa tendência vai ao encontro das demandas dos setores produtivos, gerando um impacto positivo na economia do Estado.
“O emprego na indústria exige a qualificação do trabalhador, da pessoa que está concorrendo a uma vaga, então ela precisa ter uma qualificação e a formação técnica é um ótimo caminho”, disse Glinski. Segundo ela, esse número de novos profissionais que se formam a cada ano é muito positivo porque demonstra que as pessoas estão buscando se especializar para estarem aptos a concorrer no mercado de trabalho. “É um dado novo que nos próximos meses vai impactar na economia do Estado”, afirmou.
NOVOS CONHECIMENTOS
Depois de quatro décadas trabalhando na construção civil como mestre de obras, o empresário Pedro dos Santos, 60 anos, decidiu voltar para a sala de aula. “Havia muitos conhecimentos técnicos e teóricos que eu não tinha, mesmo com toda a bagagem e experiência”.
Pedro foi motivado a fazer o curso de Edificações no CEEP de Curitiba pela filha, Maria Eduarda dos Santos, e pelo funcionário Juliano Thainan Jonas, que concluíram o mesmo curso no ano passado no Centro, no bairro Boqueirão. “Os conteúdos que estou vendo hoje também me ajudam a administrar melhor o meu negócio e no futuro a expandir a empresa, contratar novos funcionários”, disse.
A experiência adquirida por Pedro ao longo dos anos também é compartilhada com os professores e colegas de classe: ele é um dos empresários parceiros do CEEP que contrata estagiários da escola para que possam aplicar na prática o que aprendem em sala.
Foi o caso do hoje técnico em Edificação e estudante de Engenharia Civil, Juliano Thainan Jonas, 19 anos. “O curso foi um divisor de águas sem sombra de dúvidas porque saí do CEEP com uma profissão e com uma visão muito diferente do mercado de trabalho. Hoje uso os conhecimentos teóricos na faculdade e a prática que aprendi durante o curso no trabalho”, disse.
REFERÊNCIA E QUALIDADE
Fundado em 1941, o Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba é uma referência na formação profissional na capital. Em 2018, por exemplo, o colégio formou mais de 500 novos técnicos, dos quais 60% já saíram da escola encaminhados para o mercado de trabalho com carteira assinada. Além disso, 20% dos formados do CEEP ingressaram no ensino superior e outros 20% escolheram outra profissão.
A escola técnica conta com 32 laboratórios específicos para os cursos de Biotecnologia, Edificações, Mecânica, Meio Ambiente, Eletrônica, Eletromecânica, Manutenção Automotiva e Química. Além de 30 salas de aula, uma biblioteca com acervos bibliográficos específicos para os cursos e quadra poliesportiva coberta.
Ao longo do ano letivo o CEEP oferece mais de mil vagas de estágio, proporcionado aos alunos a vivência profissional. Atualmente o Centro de Curitiba atende 2.259 estudantes do ensino técnico integrado ao Ensino Médio e ensino técnico subsequente (para quem já concluiu o Ensino Médio).
OLHO NAS DATAS
A Secretaria da Educação irá divulgar na segunda quinzena de maio o cronograma de matrículas para o segundo semestre para os cursos subsequentes. Já as matrículas para os cursos integrados acontecem junto com as matrículas do ensino regular de 2020.
Confira aqui a lista completa dos cursos ofertados na rede estadual de ensino http://www.comunidade.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=49