Apesar dos constantes ataques do governo aos trabalhadores e ao movimento sindical, entidades de diversas categorias negociam cláusulas sanitárias e trabalhistas.

Mesmo em negociações individuais, trabalhadores devem contar com apoio dos sindicatos
Foram 38 acordos firmados, nos últimos dois meses, no setores do comércio, indústria, bancos, construção civil, saúde, transportes, teleatendimento, vestuário, hotéis e restaurantes. São acordos coletivos, emergenciais, provisórios ou que adicionam cláusulas às negociações anteriores.
Segundo levantamento realizado pelo Dieese, destacam-se medidas para preservar a saúde dos trabalhadores, como ações de prevenção e higiene no ambiente de trabalho. E também para garantir a estabilidade no emprego.
São licenças remuneradas, férias individuais ou coletivas, suspensão temporária do contrato de trabalho – o chamado lay-off –, além da redução parcial das jornadas e salários e até licenças não remuneradas, em último caso.
Esforço coletivo
Apesar dos acordos individuais previstos na MP 936 – outra medida do governo que ataca direitos – o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, destaca a importância dos sindicatos. Mesmo quando negociar sozinho, o trabalhador deve procurar orientações junto à entidade que o representa.
“Essa é a função dos sindicatos. O principal objetivo, nesse momento, é a proteção da vida e dos empregos dos trabalhadores”, afirma Fausto a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual desta sexta-feira (17). Ele também destaca que as entidades sindicais têm buscado inovações, como a realização de assembleias virtuais e o estabelecimento de canais eletrônicos de informação para auxiliar os trabalhadores. Também têm adotado medidas que buscam dar mais agilidade aos acordos.
O diretor do Dieese ressalta que a participação dos sindicatos é importante não apenas para garantir a preservação dos direitos dos trabalhadores, como também oferece “segurança jurídica” às empresas. Segundo ele, a busca de entendimento entre patrões e empregados é importante para manter o funcionamento de importantes setores da economia.