Sem dialogar com a FUP, conforme prevê acordo mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho, Transpetro decide turnos de 12 horas.

Os petroleiros não são contrários a medidas, mas querem discutir com a empresa para não ferir nenhuma cláusula do acordo

 Em meio às medidas apresentadas para conter o avanço do coronavírus no Brasil, a Transpetro, subsidiária responsável pela distribuição e logística da Petrobras, impôs o turno de 12 horas para os trabalhadores. Para a empresa, é uma medida de segurança e de prevenção ao Covid-19, pois evitaria aglomerações em trocas de turno.

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), no entanto, a medida desrespeita a cláusula recém-acordada na mediação realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que exige a negociação com os sindicatos locais antes de ser feita a implementação do turno de 12 horas

Na manhã de hoje (18), a federação e a Gerência de Relações Sindicais da Transpetro discutiram, por meio de teleconferência, a decisão unilateral comunicada ontem aos trabalhadores como medida de segurança de prevenção de Covid-19.

Na reunião, a direção da FUP pediu que as medidas preventivas ao Coronavírus sejam discutidas da forma mais ampla possível, com os sindicatos locais em contato com os gerentes gerais das unidades. Caso não haja acordo no plano de ação, a FUP irá levar cada caso para a gerência de Relações Sindicais nacional da Transpetro.

O objetivo é que os petroleiros comuniquem as medidas adotadas unilateralmente pela empresa, bem como sugestões de práticas que contribuam para o combate à pandemia.

Homologações

Uma ação para evitar aglomerações em locais fechados e assim dificultar a disseminação do novo coronavírus proposta pela Federação e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica Paraná) é o cancelamento das rescisões dos petroleiros demitidos pela Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR).

RBA, 19 de março de 2020